Eu já viajei bastante… Muitos melhores meses de férias, mas foi em 2014 que tudo começou a mudar. Planejamento quase impecável, uma super ideia de roteiro e uma execução, hm, que foi ok. Comecei seguindo o roteiro em detalhes até que eu desandei total na lerdeza e preguiça =)
Eu aprendi…
Não é assim que as coisas funcionam em viagens. Não pode ser. Não a parte do ritmo, que cada um tem o seu. Já conheci gente que ficou um ano viajando no esquema 2 ou 3 dias em cada cidade. Loucura para mim, mas a pessoa amou.
Mas falo da parte do planejamento. Não dá pra planejar tudo!
OK. Eu entendo quem passa por aqui para fechar o roteiro, fazendo planos dia a dia. Entendo tanto que ajudo e tenho uma seção só pra isso. Mas parei de fazer isso para mim…
O ritmo lento e o “seguir a maré” funcionam demais no meu caso.
Soa hippie – e agora eu lembro da Liliana do Catálogo de Viagens que me falou isso quando eu mandei ela parar de planejar tanto. Mas é verdade! (E ela admitiu depois que eu tinha razão =P ).
As viagens deixaram de ser sobre pontos turísticos, checklists e os “must do/must go”. São sobre histórias. E pessoas.
Duas pessoas passaram aqui no La Minga Hostel essa semana e me deixaram com vontade de viajar sem planos de novo. Mas acabei viajando pelas palavras – confesso que fazia séculos que não escrevia, que me faltava inspiração. Mas ela veio em forma de anotações de cadernos e páginas e mais páginas escritas – e posts menos filosóficos que vão chegar por aqui.
A primeira inspiração foi um senhor de mais ou menos 65 anos viajando de bicicleta. Sim, você leu direito. Por três anos e meio. Novamente você leu direito. E vão ser muitos anos mais.
Vendeu tudo que tinha, planejou por cima, comprou a bicicleta e foi. Assim de fácil.
Perrengues? Em todas as partes do mundo, com certeza. E as histórias que ele me contou esses dias? De pessoas. Sempre de pessoas que ele conheceu no caminho e, de uma maneira ou de outra, mudaram o rumo dessa viagem. De gente que ajudou. Em 3 noites por aqui – gastando meu inglês e meu ouvido para entender o sotaque africano – ele não citou nenhum lugar espetacular, nenhum daqueles ‘você tem que conhecer’. Sempre foram histórias de vida – e os lugares maravilhosos vem de brinde.
Viajar não deveria ser somente riscar destinos na bucket list. Isso reafirmei com um outro hóspede, que ficava feliz em ficar no hostel comendo bolo e café de tarde. Dias de férias da viagem, a gente aprende a valorizar isso.
É nesse caminho, cheio de lugares incríveis, que as histórias acontecem, mas o que marca – sempre – são as histórias e não os pontos turísticos.
É aquele momento sentada (e suja e cansada) só observando as árvores imensas num vale na Colômbia.
É aquele melhor café da vida, que você tomou e nunca mais vai esquecer.
É aquela pessoa que você conheceu subindo a Laguna 69 – aaaaaaaanos atrás – que bate na porta do seu hostel, de surpresa.
Mais que o tempo de viagem… Isso é o que conta.
Em um ano de La Minga Hostel, já foram mais de 1200 pessoas que passaram por aqui. E vi muito hóspede contando sobre os mesmos trekkings, mesmos parques, mesmo roteiro… Já não lembro o nome de nenhum deles. Mas tem outras que, um pouquinho ou um montão, acrescentam e criam as histórias que ficam, as melhores lembranças de viagem.
Seja uma dessas pessoas e parte da história na viagem de alguém.
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Normalmente não escrevo no blog essas bobagens que eu penso, mas se você gostou, dá aquela comentada básica… Aí, quem sabe, vem mais posts de histórias de La Minga e de como é viver num hostel!
Luciana Rodrigues
7 de novembro de 2017 at 07:00Adorei seu post, mas passei mesmo para dizer que outro dia sonhei que estava no La Minga. Você acredita nisso? Deve ser um sinal do destino!
Camila Lisboa
8 de novembro de 2017 at 16:30ahhahahahha que legal! ME conta como era o La Minga dos sonhos 🙂
Margareth Vasconcellos
6 de novembro de 2017 at 19:18Nossa, Camila, não conhecia seu blog ainda, nem sua história. Antes de tudo, parabéns pelo aniversário do seu Hostel. Às vezes, parar e criar algo é uma aventura até maior do que sair sem rumo, é preciso muita coragem. Estou na estrada há dois anos, sem rumo. Na verdade com um roteiro macro definido, mas com o dia a dia todo em “slow travel”. Entendo perfeitamente o que você fala, e gostei muito. =)
Espero conseguir visitar seu hostel um dia. <3
Camila Lisboa
8 de novembro de 2017 at 16:31Ah que legal 🙂 bora pra vida sem roteiros que ela rende mais!
Rebecca
6 de novembro de 2017 at 18:06A cada paragrafo eu fui lembrando das pessoas e historias que construiram meus destinos! Lindo 💙 é o que eu sempre digo pra quem viaja sozinho: viajar sozinho é só uma etapa porque no destino, você nunca ficará solitário!
Camila Lisboa
8 de novembro de 2017 at 16:32É engraçado que as vezes a gente conhece algumas pessoas por tão pouco tempo, mas parece que é uma vida… e as marcas que ficam são as vezes mais forte do que as de convivências mais longas…vai entender! É a magia da viagem 😉
aline aguiar
5 de novembro de 2017 at 20:23Excelente texto! Concordo totalmente!!!! Ainda não consegui abrir mão completamente do roteiro, mas já aprendi a ser completamente flexível com ele, o que acabou com o meu estresse nas viagens.
Camila Lisboa
8 de novembro de 2017 at 16:33Pasito pasito a gente vai se adaptando 😉 e o importante é aproveitar, com roteiro ou não 😉
Dayana
4 de novembro de 2017 at 09:48De todos os seus textos, esse foi o que mais me cativou. Concordo com cada palavra. Tenho também procurado isso: viagens sem roteiros, horas de experiências com gente e uma vida mais leve. Amei demais!
Camila Lisboa
4 de novembro de 2017 at 13:18<3 obrigada!!
Itamar Japa
3 de novembro de 2017 at 16:20Demais, já faz algum tempo que temos feito isso, vamos pra tal lugar, damos uma olhada por cima e nada mais… No Equador não planejamos exatamente nada, tanto que quando chegamos no Vulcão Quilotoa, recebi um monte de mensagens (inclusive de outros blogueiros) perguntando se iríamos fazer o “loop” … Pensamos que era a trilha que dava volta na cratera kkk, depois que fui ver que o tal loop Quilotoa é um circuíto por cidades da região (isso prq tava escrito em um papel turístico)… Mas já estávamos em Cuenca descobrindo outros cantos.. heheh.. Adorei o post!
Camila Lisboa
3 de novembro de 2017 at 18:16Hhahahaha aconteceu A MESMA COISA comigo… só descobri do loop quando tava por lá… não fiz, rs…
Caroline Possidonio
3 de novembro de 2017 at 16:10Eu ainda planejo as viagens, mas sem ficar mto amarrada. Anoto uns lugares legais de conhecer e vou qdo e se der. Ou planejo uns dias e deixo outros livres pra ir pra onde o vento levar! 😊
Camila Lisboa
3 de novembro de 2017 at 18:16Isso aí! Dias livres pra fazer o que der na cabeça! 🙂
Ruthia
3 de novembro de 2017 at 15:15Que linda inspiração Camila. Sou uma pessoa muito organizada e já fiz muito planeamento nas viagens. Com a idade começamos a ver as coisas de outra forma, claro. E como viajo com o meu filho, todos os destinos têm muitas pausas, para piqueniques improvisados e parquinhos. Não é preciso falar a mesma língua para jogar à bola juntos.
Que continue a criar lembranças aos aventureiros que cruzam o seu caminho.
Abraço desde Portugal
Camila Lisboa
3 de novembro de 2017 at 18:16Obrigada 🙂
Fabíola Moura/ Família que viaja junto
3 de novembro de 2017 at 11:33Que post inspirador Camila! Esse tempo para contemplar e respirar fundo é o que faz de toda viagem única.
E logo nós, que viajamos em família, temos todo um ritual, já que precisamos respeitar o tempo das crianças.
Elas me ensinam todo dia a desacelerar, estou tentando me policiar e viver cada minuto com mais paz e amor ao lado delas.
Obrigada pela linda mensagem.
Camila Lisboa
4 de novembro de 2017 at 13:19🙂 que legal! Tem gente que se planeja muito mais por estar com crianças… mas elas ensinam que os planos não podem ser quadradinhos 😉
Sil Mendes
31 de outubro de 2017 at 22:50Que texto maravilhoso! Realmente as vezes o roteiro está sempre na frente e acabamos perdendo pequenos detalhes e contatos com belas histórias pessoais . Parabéns pelo post.
Camila Lisboa
1 de novembro de 2017 at 13:36Obrigada, Sil 🙂
angela sant anna
31 de outubro de 2017 at 16:40uma coisa q sempre falo pra galera é aproveitar o lugar, curtir o q vc quer e depois levar de boa..já me xingaram por n ter visitado “tal e tal lugar na cidade X” e “ter gastado dinheiro até lá e não ver tal coisa” maaas tem tantas formas de viajar! pessoas realmente deixam marcas na viagem, seja aquelas q tem bilhoes de historias fascinantes e outras que mexem na sacola no quarto do hostel durante a madrugada (e serão eternamente lembrados com ódio aheuaheua)
Camila Lisboa
1 de novembro de 2017 at 13:36Sacolas plásticas from hell =X
Viviane Carneiro
31 de outubro de 2017 at 13:42Adorei o texto! A gente vive nesse corre corre nas viagens e acaba muitas das vezes perdendo um tempo valioso. Com certeza as pessoas no caminho são as histórias que jamais esqueceremos na viagem. Amei.
Veronica Labolida
31 de outubro de 2017 at 06:59Adorei o post, simples, sincero e a mais pura verdade…depois de algumas viagens que fiz, mas principalmente depois de começar a viajar sozinha, cheguei a essa mesma conclusão. O melhor das viagens são as pessoas que vc descobre/conhece, estas deixam marcas. 🙂
Camila Lisboa
31 de outubro de 2017 at 13:30🙂 pensamos igual!
Mayra Luiza
30 de outubro de 2017 at 20:38Voltei da Bolívia encantada com esse lance pessoas/histórias, muito mais do que os lugares que tb são lindos… Quase nada do que planejei foi feito e nāo me arrependo de nada, rolou até uma paixão mochileira hahaha.. muitoooo melhor se deixar levar pelo acaso! Muitas pessoas levaram um pedaço de mim e muitos deixaram inspiração e amor.. Eu abracei isso é continuo seguindo meu caminho planejando a próxima trip.. continue postando, adoro te ler 😁
Camila Lisboa
31 de outubro de 2017 at 13:33Paixão mochileira… acho que são as melhores <3
Murilo Pagani
30 de outubro de 2017 at 19:39Favor pegar 10 dias de folga no hostel antes que comece a altíssima temporada, e pode tratar de escrever dezenas de posts assim!!! hahaha
De verdade, adorei o texto!!! 🙂
Me identifiquei demaaais com o café da tarde no hostel!
Preciso fazer uma viagem sem planos urgente! As minhas últimas foram correria total… Daquelas de consultar o roteiro pra ver se não estava esquecendo de conhecer nenhum lugar… hahaha
Abraço!
Camila Lisboa
31 de outubro de 2017 at 13:33Se eu conseguisse esses dias de férias, eu ia pra Torres del Paine =X
E passa aqui, do lado do hostel tem a MELHOR CONFEITARIA DO UNIVERSO 🙂
Michela Borges Nunes
30 de outubro de 2017 at 19:13Legal… às vezes tenho vontade mesmo de descansar da viagem durante a viagem, porque na maioria das vezes é uma correria para dar conta de conhecer os pontos turísticos do roteiro, cansa pra caramba, hehehe. Gostei do teu ponto de vista.
Camila Lisboa
31 de outubro de 2017 at 13:34É, nem tudo é check list de pontos turísticos 🙂
Fabio Pastorello
30 de outubro de 2017 at 18:58Adorei o texto, Camila. Realmente, a gente fica nessa loucura de riscar destinos de nossa wishlist, de procurar lugares que rendam fotos incríveis, mas esquece que no final das contas, são as histórias de viagem (que quase sempre estão relacionadas às pessoas que a gente conhece) que rendem as melhores memórias. Obrigado por me fazer lembrar disso. Beijos.
Camila Lisboa
31 de outubro de 2017 at 13:35=) =) obrigada por passar aqui e comentar! E na próxima, vem com mais tempo 😉 aí te levo pra comer bolo hahaha
Helen Francine Waldemarin
30 de outubro de 2017 at 17:58Adorei o post! Ainda estou no grupo dos que planejam dia a dia as viagens, mas, até por viajar com crianças, fico bem tranquila de abrir mão do planejamento por uma tarde esparramada no gramado de um parque, conversando com os locais sobre cachorros… Ou aproveitar umas horas tomando um café com bolo, aproveitando uma piscina no hotel ao invés de ticar todos os pontos turísticos. Curtir lugares, conversar com pessoas, e principalmente aproveitar os momentos preciosos com a família!
Camila Lisboa
31 de outubro de 2017 at 13:36Entendo total o planejamento bem detalhadinho dia a dia… principalmente em grupo, com família… evita tanto problema, né? Mas ter essa flexibilidade e não enlouquecer se o dia ficar ruim e virar um dia de preguiça num café, já é o primeiro passo =D
Lili Pusas
20 de novembro de 2017 at 21:28Perfeito, Camila. Esse é sempre o motivo das minhas viagens. Essa é sempre minha inspiração de vida: as pessoas com suas histórias.
Tenho buscado experiências pra tentar me organizar na minha viagem só de ida pela América do Sul ano que vem, e seu blog é o que mais se aproxima do que faz sentido pra mim. Não lido nada bem com planejamentos, planilhas e prazos, já que o improviso e o “tudo se ajeita” sempre foram fantásticos na minha vida!
O sonho já estava dentro de mim, a consciência veio há 2 meses numa viagem de férias no Chile inspirada por um mochileiro. A decisão já foi tomada. As ações já estão rolando…
E agora estou eu aqui pensando seriamente que essa minha viagem bem que poderia iniciar a partir do La Minga Hostel, hein!
Um abraço!
Camila Lisboa
21 de novembro de 2017 at 12:28Ahhh que lindo, Lili! 🙂
Se a inspiração já tá aí, é só colocar a mão na massa e o pé na estrada 🙂
Vai ser muito bem vinda no La Minga 🙂