Incrível que mesmo morando aqui há quase dois anos e eu ainda só tenho um post meio bosta falando da ilha mais linda que escolhi como casa. Ok, ok, eu tenho no La Minga Hostel mais que desculpas para me enrolar na rotina de dona de hostel (sim, eta trabalheira!), mas se eu quero ter mais brasileiros aqui, preciso divulgar mais, né? Então hoje, tem um post detalhadinho de como chegar a um dos lugares mais mágicos e mais lendários de Chiloé: o Muelle de las Almas.

A lenda do Muelle de las Almas e o que é esse lugar

Na real ninguém sabe até que ponto é lenda ou se a história foi inventada pela pessoa que construiu o Muelle, mas esse píer que leva ao nada ganhou status de lugar místico na ilha porque dizem que todas as almas, depois de pagar a passagem, óbvio, pegam um barco para o céu desde esse ponto.

Bom, um barco pro mar não rola né, já que a caída até o mar é alta…

Se é lenda ou invenção pra ganhar dinheiro com a entrada, a gente nunca vai ficar sabendo. Mas um ponto que deixa a história mais macabra e  lugar mais incrível é que os ventos nessa parte do Pacífico correm forte e sopram entre as pedras e rochedos. Se você fugir dos turistas e relaxar escutando o barulho do mar e das ondas, parecem gritos de desespero. Supostamente das almas que estão tentando ir ao céu. Macabro.

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Como chegar ao Muelle de las Almas desde Castro – Chiloé

Esqueça os seus guias de viagem antigos que falam que Chiloé é difícil se locomover e que você precisa de carro para tudo. Esquece mesmo. Tudo aqui no sul do Chile é super bem conectado pelos ônibus locais e é fácil demais chegar às cidades e aos parques 😉

O Muelle de las Almas fica 15 kilômetros ao sul de Cucao – que fica no lado Pacífico da ilha. De Castro a Cucao os ônibus saem a cada meia hora e demoram um pouco mais de uma hora para fazer o percurso de +- 60km. Mas o muelle fica a 15 de Cucao, então…

Todos os dias às 10:30 da manhã (metade de setembro até fim de abril) tem um ônibus que vai direto de Castro ao Muelle de las Almas, demora uma hora e meia mais ou menos e o custo ida e volta é de 8000 pesos chilenos (o que dá uns 40 reais). Indo de ônibus a entrada é de 1000 pesos e indo de carro 1500 (mais o estacionamento que custa 2000).

Na alta temporada (janeiro e fevereiro), também tem ônibus às 9:30, 11:30 e 12:30… aí recomendo pegar o as 9:30 pra ter mais tempo por lá!

Desde onde o ônibus estaciona, a caminhada é de cerca de 45 minutos. Inclusive, o caminho é lindo! Eu mesma gosto muito mais do caminho ao Muelle de las Almas do que do píer em si… Mas chegando lá não tem como não tirar umas fotos legais, né?

Muelle de las Almas

Superfácil ir de ônibus e não precisa nem pensar em ir em tour – que vai cobrar uma pequena fortuna!

A minha experiência no Muelle de las Almas

Fui de carona desde Chonchi, uma cidade que fica um pouco ao sul de Castro, onde eu moro agora e recomendo fortemente para se hospedar – no La Minga ou não ;). Era maio, então o clima na ilha era essa loucura que eu bem conheço: chove, graniza, tem sol, faz calor, faz frio, faz tudo!

Chegamos o mais próximo possível do muelle e estacionamos o carro. Aí começa a caminhada – meio cheia de barro – de mais ou menos 45 minutos. É uma caminho tranquilo, por mais que tenha muita subida e descida. Acho que o principal cuidado é não escorregar em dias mais úmidos.

Fomos andando e parando para tirar foto e mesmo assim não demoramos mais de uma hora 🙂 (parênteses: jesus que esse povo que foi comigo não sabe tirar foto!)

Chegando lá, só estávamos nós 3 e o tempo começou a virar BEM NA HORA que eu fui pra tirar a foto em cima do píer. (Dá até pra ver as gotas na lente da câmera!). Deu pra aproveitar uma meia hora lá e vale a pena ficar até mais… o Muelle de las Almas é tão tranquilo e lindo que dá pra passar a tarde toda. Mas não foi o caso… tivemos que voltar correndo na chuva hahaha

A volta foi bem mais rápida, mas voltamos ensopados! Por sorte, voltamos tranquilos pra Castro e foi chegar em casa e tirar a roupa molhada. (e ver que as fotos que eu tirei da família ficaram ótimas e as que eles tiraram de mim ficaram tortas haha).

Vale a pena? Óbvio! Mas eu fugiria no verão… Não consigo imaginar esse lugar com uma fila de 200 pessoas pra tirar a foto. Toda a mágica e lenda se vai…

Dicas preciosas da Camila:

Leve comida e água – o caminho é longo e não tem nenhum lugar pra comprar nada! Então, tenha pelo menos aquele lanchinho esperto pra comer quando chegar lá!

Tente ir rápido – eu sei, o caminho tem subidas e descidas, mas se você for ficando pro final, pode se surpreender com todo o povo que tava no ônibus fazendo fila para tirar “a foto”. Prefira ir rápido e voltar com mais calma.

Bota de trekking é item imprescindível. E uma jaqueta impermeável também.

Protetor solar sempre. Estamos muito ao sul do mundo e o sol é daqueles mentirosos, faz frio e queima DEMAIS.

No verão, acho que vale a pena alugar um carro e ir num horário alternativo: ou bem cedo, ou no fim da tarde (anoitece entre 9 e 10 em janeiro e fevereiro!), pra evitar as filas monstruosas.

Prove as empanadas de machas (um marisco da região), que vendem por lá no verão. São MARAVILHOSAS!

E a minha dica pra Klécia do Fui ser Viajante, que rendeu esse post aqui > antes de vir a Chiloé, leia o lindo O Caderno de Maya, da Isabel Allende!

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