Viver do outro lado da Cordilheira tem dessas né? A gente nunca sabe quando, mas sabe que vai ter a experiência do primeiro terremoto no Chile uma hora ou outra. Mas eu nunca pensei que viria de presente de Natal e em um lugar onde quase ninguém se lembra qual tinha sido o último terremoto na região.
O presentão de Natal que esse país esquisito me deu foi ser acordada – com uma ressaquinha monstra – com a casa toda chacoalhando loucamente. E eu, que sempre achei que tava preparada pra um terremoto, percebi que não estava…
A preparação normal para um terremoto no Chile
Todo mundo que mora por aqui sempre passa pela experiência de discussão de terremotos. Sério.
Os estrangeiros sempre comentam qual foi a primeira experiência – normalmente um temblor qualquer – e os chilenos (principalmente da região central) sempre lembram do terremoto de 2010, que foi de 8,8 graus e foi um dos últimos fortes daqui. Muitos mortos, muitas casas caíram e um tsunami destruiu a costa… Foi um minuto e meio de caos e eu já escutei essa história muitas vezes da boca de muitos amigos.
Temblor é a palavra usada aqui para um terremoto ‘suave’. Nenhum terremoto com menos de 6,5 ou 7 graus é considerado terremoto… é um temblor – e é normal, você não vai ver nenhum chileno desesperado por um temblor.
Eu tinha sentido um temblorcito em Santiago ano passado – nada demais – e também o terremoto em Coquimbo, mas como estava bem ao sul, senti beeeeeem franquinho. E foi isso.
Ou seja, apesar de ter escutado muitas histórias e saber como se comportar no caso de um terremoto, não tive nenhuma experiência prévia. Ou seja, reagi super mal ao meu primeiro terremoto!
Supermercado Isla Grande, de Quellón, Isla de Chiloé. pic.twitter.com/cfpw3oSeKA
— Jorge Carrera (@jotacarrera) 25 de dezembro de 2016
Meu primeiro terremoto no Chile: as cagadas
Bom, como era 25 de dezembro, eu tava bonitona dormindo até meio dia, o horário que começaria meu turno no La Minga Hostel. E como tinha um quarto matrimonial vazio, resolvi dormir por aqui mesmo – preguiça de voltar pra casa às 4 da manhã né. Essa foi a sorte.
Outra sorte foi ter um chileno aqui, porque se fosse só eu, o desespero tinha tomado conta feio.
Outra coisa que preciso contar pra vocês é que as casas aqui no sul do Chile são todas feitas de madeira. Não tem tijolo, não tem cimento… é só madeira em cima de uma plataforma de madeira! Então imagina que a casa se mexe muito. E sempre! Tipo… se passa um caminhão grande na rua, a casa dá uma tremida bem boa – sempre temos mini terremotos aqui, rs.
E foi isso que eu pensei quando comecei a sentir o terremoto… Tem um caminhão passando na rua. Tem um caminhão beeeem pesado passando. PQP TÁ ESTRANHO ISSO!
Aí, quando escutei o Gonzalo gritando loucamente no primeiro andar me dei conta que era terremoto. E dos fortes.
Não deu tempo de colocar uma calça, não deu tempo de achar os óculos… Foi descer correndo de camiseta e completamente cega pra um lugar seguro.
E a pressão subindo e o coração acelerado. Foi um minuto meio sem entender nada, mas em um lugar seguro.
Depois que passou, a gente foi ver se tivemos algum problema, mas nada… a casa se mexeu tanto que tudo se mexeu junto. Televisão intacta, todos os pratos, copos e garrafas inteiros. Mas o coração tava meio loucão batendo forte. Gente, meu primeiro terremoto!
Ficamos sem energia elétrica por umas três horas e os celulares começaram a apitar por alerta de tsunami. Ai jesus.
Imagina acontecer alguma coisa por causa de um terremoto?! Não se esqueça do Seguro Saúde! (E não se esqueça de reservar com o nosso link da Booking também!)
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Como Castro fica bem dentro de uma baía e protegido por muitas ilhas, a chance de chegar um tsumani aqui é quase zero, mas mesmo assim né… Quando você vê essa mensagem no celular, dá medinho. Sempre.
Quando tudo se acalmou, a gente foi para um mirador dar uma olhada no nível da maré e já nos tranquilizamos, nenhum tsunami chegaria em Castro. Muito menos no hostel, que tá beeeeem alto na cidade.
Aí foi esperar a luz voltar e voltar ao job… tranquilizar os turistas que tavam voltando, ver se todos os amigos tavam bem e responder um montão de mensagem no whatsapp e no face.
No fim, dia 25 às 5 da tarde a vida tava normal. Mais um dia normal no Chile. Com terremoto, mas normal.
Como reagir a um terremoto no Chile? (ou em qualquer país!)
- Principalmente aqui no Chile: siga os locais! Se um chileno está preocupado, você também deveria estar… se eles estão tranquilos, é um temblor – o que é bem normal por aqui;
- Sempre preste atenção no lugar que você está:
- Onde é mais seguro? Por exemplo, o La Minga Hostel tem dois andares – ou seja, estar no primeiro piso é sempre uma melhor opção. E além disso a cozinha e o living são partes que não tem segundo piso em cima, ou seja, se a casa cair (ai meu deus não, mas vai que, né?) são menos escombros em cima de você.
- Onde se proteger? Embaixo dos marcos de porta, embaixo de mesas… normalmente são boas opções para evitar que coisas caiam em cima de você – não é uma boa ideia se machucar num caso desses, certo?
- Onde não ir? Nunca saia na rua! Ser atingido por um cabo de energia é uma ideia bem estúpida! Só saia de casa quando o terremoto passar.
- Réplicas são normais! Aproveite que você já se calejou com o primeiro e se prepare porque sempre vem uns temblores depois. (A boa notícia é que normalmente são mais fracos!).
E tranquilidade sempre! Não adianta desesperar, tem que manter a calma e buscar estar seguro! E, se tiver no Chile, pode confiar… o país tá super preparado para os terremotos! Inclusive aqueles com vinho e sorvete de abacaxi 🙂
renata
22 de julho de 2017 at 09:04Também vivi essa experiência do dia 25! Eu estava em Frutillar, tinha uma piscina e a água ficou super agitada . Parecia que tinha um monte de crianças em festa. Mas estava vazia.
Camila Lisboa
27 de julho de 2017 at 18:06Imagina eu que tava pertinho do epicentro 😱 mas ne, a gente aprende hahaha
Carol Miranda
4 de março de 2017 at 20:57Nossa, deve ser uma experiência assustadora! Quando fui para o Chile li várias coisas sobre terremotos, mas concordo quando disse que ninguém está preparado para passar por um!
Camila Lisboa
14 de março de 2017 at 18:45A gente lê tanto e quando chega a hora… é complicado =/ Mas tô viva e aprendi! 🙂
Simone Hara
9 de fevereiro de 2017 at 22:31Que loucura! Não quero nunca passar por essa experiência…. não faço questão não! hahahaha
Camila Lisboa
13 de fevereiro de 2017 at 12:13Olha, vendo pelo lado bom, agora já estou mais preparada 🙂
Edson Amorina Jr
13 de janeiro de 2017 at 17:10Nossa, que susto e belo presente de natal.
Pelo menos não será mais uma experiência nova para você e assim poderá ajudar os hospedes quando ocorrer situações parecidas. 😛
Camila Lisboa
24 de janeiro de 2017 at 16:50Tem seu lado bom, né? hahaahha maior susto, mas espero que não venha nenhum outro tão logo, viu…
Lucas Nascimento
9 de janeiro de 2017 at 20:07Caraca, deu pra assustar. Mas vocês chegaram a sair do hotel e ir para a rua antes de passar?
Abrc
Camila Lisboa
13 de janeiro de 2017 at 16:42E nem pode ir pra rua! Imagina se cai algum cabo de alta tensão? A gente ficou dentro de casa, na área segura 🙂
Ana Paula Fidelis
9 de janeiro de 2017 at 12:13Que experiência, hein?! Que bom que deu tudo certo! Mas não gostaria de passar por isso não, risos! 🙂
Camila Lisboa
13 de janeiro de 2017 at 16:42Deu tudo certo e foi bom pra aprender né?
Viajar pela história - Catarina Leonardo
8 de janeiro de 2017 at 22:40Bolas, que susto deve ter sido! Para os chilenos pode ser normal… mas para nós não!!! Ainda bem que tudo correu bem.
Camila Lisboa
13 de janeiro de 2017 at 16:42Agora que eu sou quase chilena, acho que tô me acostumando, rs…
Ana Raquel Fortes [Turistando no Mundo]
8 de janeiro de 2017 at 18:35Nossa, todo mundo deveria ler esse post. É extremamente últi! Até porque a gente nunca sabe quando passará por uma situação dessa.
Camila Lisboa
13 de janeiro de 2017 at 16:43Eu moro aqui e reagi mal, imagina quem tá turistando, né?
Juliana Moreti
8 de janeiro de 2017 at 14:54Oi Camila!
Acabei de favoritar o teu post! Irei ao Chile em julho e espero que durante os 15 dias que estarei por aì, não passe por nenhum terremoto. Até porque estarei com meu filhinho!
Mas gostei de ler tuas dicas! Acho que o primeiro local que eu iria seria a rua (acho que é essa a orientação na Itália)! O ruim é não conhecer o local e saber se os fios elétricos estão aparentes!
Camila Lisboa
13 de janeiro de 2017 at 16:44É então… é melhor se proteger em um lugar seguro – nunca na rua!
E, na dúvida, siga sempre um chileno 🙂
Vaneza Narciso
7 de janeiro de 2017 at 22:51Menina, que experiência… e quando eu fui ao Chile queria sentir um temblorcito ( só um poquinho mesmo, kkk). mas o pânico é total e suas dicas são muito boas.
Abração e se cuide viu!
Camila Lisboa
13 de janeiro de 2017 at 16:45Pra quem não tá acostumado, um temblor vira terremoto fácil =/ não desejo pra ninguém, mas é sempre bom saber o que fazer, né?
Diana Figueiredo
7 de janeiro de 2017 at 18:12Camila que experiência, hein? Ainda bem que deu tudo certo.. e agora você tem uma experiência de temblor pra contar. beijo e boa sorte no Chile!!
Camila Lisboa
13 de janeiro de 2017 at 16:45Mais que temblor! Terremoto de verdade =X
Mariana
7 de janeiro de 2017 at 17:49Muito interessante, deve ser uma experiência surreal. Espero nunca passar por esse susto. Com certeza eu entraria em pânico! >.<
Camila Lisboa
13 de janeiro de 2017 at 16:46Eu meio que me apavorei! Espero que pra uma próxima eu consiga ficar mais calma =/
Marlise Vidal
7 de janeiro de 2017 at 13:59Nossa, deve ser algo muito estranho!
Eu me lembro de um tremor em SP mas foi suuuuper leve, nada comparado com um terremoto e já foi bem esquisito.
Abs, Marlise
Camila Lisboa
13 de janeiro de 2017 at 16:45É muito estranha a sensação =/