Quantos posts eu li sobre o Cajon de Maipo? Nem ideia… Mas o que eu sei é que era uma vergonha o fato de que eu eu, morando no Chile, nunca tinha subido ao Embalse el Yeso. Ok, nunca me chamou tanto a atenção (depois de morar por anos aqui no Chile, quase na Patagônia, não é uma represa que vai me surpreender, né não? Mas a possibilidade de conhecer as Termas de Colina foi tentadora e resolvi dar uma oportunidade à região.
O que você vai ler nesse post:
O Cajon del Maipo
Muita gente confunde pra caramba então vamos lá… O Cajon del Maipo está numa região, um pouco ao sul de Santiago, mas subindo para os lados da Cordilheira dos Andes. E principalmente: o Cajon del Maipo não é o Embalse el Yeso – é muito mais que isso!
O Embalse el Yeso – aquele famoso pelas muitas fotos blogueirísticas e instagramáveis por aí – é uma represa. Não, não é natural! E tá cheio de discussões sobre a construção dessa represa, que ajuda muito a atividade mineira na região, mas deixou na mão muita gente que vivia da atividade agrícola mais pra baixo da cordilheira e dependia do rio que foi represado. Coisas do Chile, daquelas que eu não gosto muito. E por essas e outras fui deixando, deixando, deixando… Até que a oportunidade veio, mas num fim de semana diferente de tudo o que você vê nos blogs falando sobre o Cajon.
Fim de semana de camping no Cajon del Maipo – Termas de Colina
Sexta de tarde num dia lindo de primavera em Santiago, nada melhor do que escapar do caos e subir a Cordilheira dos Andes rumo ao Cajon del Maipo!
Como eu não conhecia o Embalse el Yeso, essa foi a primeira parada. Como já era metade da primavera, não tinha quase neve, mas dá pra entender um pouco do encanto que leva tanto turista pra lá (dá pra entender comparado com as paisagens do Brasil, mas ainda não tá nem no top 20 lagos mais bonitos que eu vi nesse país…).
Um mate e umas fotos depois, já era hora de procurar um lugar para dormir. O camping Paso del Condor fica no Camino El Volcan – a rota para a subida até as Termas de Colina. Como não tem número nem nada, a referência é – o Camping fica bem antes de uma das pontes que cruza o rio… Até esse ponto, o rio sempre está à direita do caminho de subida, depois dessa ponte o rio fica à esquerda – e o camping fica bem antes da ponte.
O lugar é bem ajeitadinho e tem mesas para cozinhar e banheiros masculino e feminino. Paguei 4000 por pessoa com promessa de água quente no chuveiro – porém foi um banho de gato com água fria mesmo (triste realidade 😆 ).
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Trekking no Monumento Natural El Morado
No dia seguinte, o caminho foi até Baños Morales, para conhecer mais esse lugar.
Não chega a ser um Parque Nacional, mas é como se fosse, o Monumento Natural El Morado fica em Baños Morales, com fácil acesso desde o povoado.
A principal atração de El Morado é o glaciar, uma trilha de mais ou menos 8 kilômetros até a base. A ideia era chegar até esse ponto, mas o último kilômetro da trilha estava fechado por queda de pedregulhos… Mas já estava lá, certo? Então aproveitei para ir até o mais longe que pudesse, chegando na Laguna de Morales.
A trilha é tranquila, começa com uma subidinha, mas segue mais ou menos plana por quase todo o caminho. Não precisa se preocupar com a altitude, já que, mesmo estando na Cordilheira dos Andes, o parque fica a 1750 metros sobre o nível do mar.
O dia não estava tão lindo, então as fotos não ficaram como esperado… Mas na cordilheira é assim! Cada dia um clima diferente 😉
Recomendo levar água suficiente pra ida e volta, já que não tem lugar para reabastecer. Levar comida para um lanchinho por lá, já que a trilha deveria durar mínimo uma hora e meia de ida até a Laguna – e umas duas horas e pouco até o glaciar.
Para ir sem carro: os Metrobus número 72 chegam até Baños Morales e saem da estação Bellavista de la Florida (Linha 5 do metrô) desde as 7:30 da manhã. Recomendo confirmar com os motoristas os horários de volta pra não ter surpresas.
A entrada custa 3000 para adultos chilenos e residentes e 6000 para estrangeiros.
Termas de Colina: como chegar, quanto custa e as opções
Desde Baños Morales não tem conexão de ônibus até as Termas de Colina, são 13 kilômetros de rípio no caminho que beira o Río Volcán. Se for de carro, recomendo ir devagar porque o caminho nunca está muito bom, e se tiver a base do transporte público, tem que ir de carona mesmo… Mas como eu estava de carro, foi tranquilo, em meia hora já estava nas termas, armando barraca e preparando a janta só pensando no banho de termas mais tarde.
As termas de Colina são naturais e a água chega por lá a mais de 60 graus e é temperada para diferentes temperaturas em cada piscina.
De dia, enche demais! Até porque são vários tours que saem desde Santiago e visitam a região – incluindo o Embalse El Yeso quando está aberto. Mas se você tiver barraca e saco de dormir, recomendo demais a experiência de passar a noite nas Termas de Colina.
Depois das 6 da tarde o lugar se esvazia quase que 100%, ficando só os *doidinhos* que vão pra acampar. Fica um clima muito legal por lá, sempre tem gente fazendo churrasco, tomando um vinho, fazendo uma fogueira… Principalmente de fim de semana!
De noite, com as estrelas iluminando, ficar relaxando nas águas quentinhas das termas é especial.
De manhã também dá pra aproveitar, já que os tours chegam por volta das 10 – 11 da manhã.
Também dá pra aproveitar e caminhar pelo local, acompanhando o rio ou mesmo subindo alguns dos cerros da região.
A entrada vale 8000 por pessoa e é válida por 24 horas! Então dá pra aproveitar muito bem o dia 🙂 Recomendo demais a opção de dormir por lá – mas capricha no saco de dormir e na barraca 3 estações pra aguentar o vento de noite.
Melhor época para conhecer o Cajon del Maipo e as Termas de Colina
Por mais que as fotos com neve chamem sempre a atenção dos brasileiros, não recomendo ir no inverno. A estrada fica com muita neve e a gente não está acostumado a dirigir nessas condições – além de ter alguns cortes por esse mesmo motivo.
No geral, outono e primavera são as melhores épocas, já que dá pra aproveitar o friozinho no fim do dia e não faz tanto calor como no verão – que também não chega a ser impeditivo, já que estando na cordilheira, não chega a fazer tanto calor assim.
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