Como eu comentei no post falando do visto chileno, muita gente me pergunta como é que eu vim parar aqui no Chile. E ficam mais assustadas ainda quando eu falo que não moro em Santiago (já falei que Santiago não é Chile?), e sim moro a 1200 km ao sul da capital. E que abri um hostel nesse ‘fim de mundo’ desconhecido pelos brasileiros. Então, se você estiver lendo isso, é porque eu superei as mil tentativas de escrever esse post e consegui terminar esse texto meio resumão de como foi abrir o La Minga Hostel e porque escolhi essa ilha para viver.
Muitos, mas muitos mesmo, hóspedes me perguntaram como é que uma brasileira veio parar nesse fim de mundo nessa ilha no sul do Chile. E acabo contando um pouquinho da história… E como é que eu não consigo escrever isso no blog, povo? Enfim…
A vinda pro Chile em 2015
A coisa é que vim parar no Chile por acaso. Tudo começou com uma amiga chilena que me convidou para ir para a maravilhosa Ilha de Páscoa. Vim pro Chile só com passagem de vinda e fui ficando… Andei pelo sul, onde conheci Chiloé, mas confesso que não foi aquele bam que ‘meldels quero morar aqui de qualquer jeito!’, foi um destino lindo que guardei com carinho, mas só.
Passei por Pucón, onde trabalhei por um mês e voltei para Santiago, fui pra Argentina com a ideia de ver baleias em Puerto Madryn, acabei parando em La Rioja para fazer mais voluntariado, fui pro norte do Chile e me encantei por Iquique, voltei para a região central do Chile… E decidi! Ia pro Brasil organizar a minha vida – vender umas coisas que tavam paradas – e voltaria pro Chile em março de 2016.
Vim pra cá sem plano de vida, mas com a sementinha de hostel plantada na cabeça. Na viagem que fiz no final de 2015 para Torres del Paine, em meio a muito perrengue e chuvas que não paravam, a ideia de abrir um hostel veio mais forte. Não que eu nunca tivesse tido essa ideia, né? Trabalhando e se hospedando em mais de 100 hosteis pela América do Sul (sim, fiz uma continha básica aqui, rs), dava pra ter uma ideia das boas práticas a se copiar (sim!) e das coisas não tão boas pra arrumar…
E por que o La Minga Hostel em Chiloé?
A premissa sempre foi abrir um hostel em uma região onde eu pudesse ter pelo menos uns 3 meses de férias por ano. Sim, essa história de o melhor mês do ano serem as férias ficou só pro blog mesmo, eu quero é ter férias longas e poder viajar mais!
Como tudo começou em Torres del Paine, a primeira ideia na cabeça foi Puerto Natales, que é um charme de cidade. Mas a Patagônia não é fácil. Além do frio absurdo, tudo por lá é muito caro, inclusive os alugueis, e fazendo as contas, Natales não pareceu uma ideia tão boa assim.
Depois foi Puerto Varas a pedida da vez… cidade linda, com um verão movimentadíssimo e um inverno agitado pela estação de ski, a opção B parecia promissora! Fui pra lá por duas semanas para conhecer melhor enquanto trabalhava na chocolateria, mas faltaram opções de casa e essa ideia ficou um pouquinho para trás quando fui para Chiloé de novo.
Fui visitar um colega e Castro, que até então era a opção C, passou a opção A rapidinho. O La Minga Hostel não teria muita competição – são poucos os hosteis e eram meio caros. Eu só precisava achar a casa certa…
E, duas semanas depois de ter voltado a Talca, a casa perfeita (mentira, de perfeita não tem nada, rs) apareceu! Procurando pela internet encontrei uma casa com a localização perfeita para o hostel… Mas tava CAINDO aos pedaços e era um pouco pequena demais para o que eu tinha em mente. Acabei, mesmo sendo meio pessimista, confesso, aceitando o desafio e fiz uma proposta pela casa… E o sim veio enquanto eu estava com a Guria, viajando por Barbados!
E o La Minga Hostel ganha nome e forma
Minga: é uma tradição precolombiana de trabalho comunitário ou coletivo voluntário com fins social ou de caráter recíproco. Em Chiloé, a Minga mais conhecida é a de tiradura onde, acreditem, casas INTEIRAS são movidas de um lado pra outro da ilha. Mar ou terra.
Tudo a ver com o projeto! Cada viajante/mochileiro leva um pouco da sua casa com ele além do que, a ideia sempre foi ajudar a desenvolver o turismo na ilha! Ponto pro La Minga e nome decidido!
A casa foi reformada, mas muita coisa precisa ser melhorada. Mas calma, não temos nem um aninho de vida – mas já passamos por um terremoto e a casa sobreviveu intacta!
La Minga Hostel e os hóspedes
Abri o La Minga Hostel dia 20 de outubro e, pasmem, no primeiro fim de semana de novembro já tínhamos casa cheia – e desespero e problemas, mas buena onda e muito vinho! =)
Voluntários vem e vão, mas no geral, excelentes experiências com viajantes trabalhando no hostel – algumas más experiências que posso contar num post a parte hahaha. E começamos a ter boas notas no booking.
E, nem nos meus mais lindos sonhos eu imaginei que fecharíamos a temporada com 9,2. Sério. Agora a briga é para manter esse notão sempre! (E não são poucas avaliações não, já passou e muito das 150!).
E o foco foi sempre claro: tem problema? Tem um monte! Mas a gente tenta compensar tudo com o cuidado com os hóspedes e tentando criar sempre um ambiente legal. E tem cada história hilária…
E assim foi. Fechei um ciclo dia 17 de junho – meus três meses de férias baixaram para 2,5 (rs) e agora estou só planejando o que fazer na temporada que volta dia primeiro de setembro. E com grandes possibilidades de expansão!
Ah, ajude a expandir os nossos números 😉 E também estamos no Instagram cheios, mas cheeeeeeeeeeeeeeios de boomerangs com os hóspedes!)
Tá, mas eu quero conhecer o La Minga Hostel!
Você pode reservar por esse link aqui da Booking sim! =) Mas se mandar um email para contacto@lamingahostel.com falando que é leitor do blog eu PROMETO fazer um desconto! 🙂
Bom, acho que consegui! Se ficou alguma dúvida ou curiosidade (ou se você passou por lá e quer dar um oi aqui 🙂 ) comente!
Filipi
22 de agosto de 2019 at 02:36Camilaaaa, conta mais pra gente sobre a administração do hostel, as dificuldades que vc tem encontrado, coisas assim! :)))
Camila Lisboa
3 de novembro de 2019 at 15:24Menino, tem tanta dificuldade que eu demorei 2 meses pra responder o seu comentário! jahahha mas vou me esforçar pra focar mais nisso 🙂
Débora
20 de novembro de 2018 at 13:02Primeiramente quero te parabenizar pela história de vida, pelo blog e pelo hostel… Ainda não te conheço… entrei “por acaso” no seu blog (acredito que nada seja por acaso nesta vida.. rs) e já me apaixonei pela sua forma de viver. Sei lá mas acho que me identifiquei com algo que sempre tive vontade, porém ainda não consegui começar… rss. Quando for para o Chile quero me hospedar aí. Muito sucesso e garra! Abraços
Patricia Fragoso
4 de julho de 2018 at 12:44Olá, Camila. Adoro ler o seu blog. Muita coisa bacana e legal. Dicas valiosas. Adorei seu relato sobre o hostel. Adoraria conhecer um dia. Olhei no Booking mas não tem datas disponiveis para saber quanto sairia a viagem. Sucesso.
Camila Lisboa
23 de julho de 2018 at 15:30Ainda não abrimos a temporada de 2018/2019 😉 mas na metade de agosto abrimos para as reservas!
Edson
1 de junho de 2018 at 13:05Adorei conhecer a história de como você abriu seu Hostel, Camila, que legal! Eu preciso muito conhecer…. 🙂
Camila Lisboa
1 de junho de 2018 at 13:43Vem pra Chiloé 🙂 Será um prazer 🙂
Sônia
7 de dezembro de 2017 at 15:06História bacana. Fiquei com vontade de ir conhecer seu hostel. Tenho tido muita vontade de trabalhar em um, como freelancer/ voluntário para viver uma experiência assim. Tenho vontade de abrir o meu próprio hostel um dia. Abraços.
Camila Lisboa
4 de janeiro de 2018 at 12:37Que legal 🙂 Adoro ter um hostel, é uma viagem a cada dia 😉
Nivaldo | Buenas Dicas
14 de setembro de 2017 at 22:51Incrível. Vou até roubar seu emoticon 🙂 Se manter um blog de viagem bem feito já dá muito trabalho, imagina fazer isso no próprio hostel. Adoro o Chile e desde 2008 vou aí quase todo ano, e nunca tinha ouvido falar dessa cidade, haha. Agora já coloquei Castro na próximo viagem e espero que seja logo.
Camila Lisboa
27 de setembro de 2017 at 16:25=) Vem pra cá que eu te apresento esse cantinho diferente do Chile 🙂
Viajar pela história - Catarina Leonardo
28 de julho de 2017 at 12:30A vida dá mesmo muitas voltas, é fantástico deixarmo-nos levar. Coisas boas acontecem não é? Boa sorte!!
Camila Lisboa
8 de agosto de 2017 at 15:48Obrigada 🙂
Pedro
20 de julho de 2017 at 18:05Que coisa maravilhosa! Parabéns pela coragem e empenho! Não é fácil correr atrás de um sonho ou projeto em outra terra, entrar no mercado de hostels e conseguir uma nota 9,2 no Booking, que pra mim vale mais que nota do TripAdvisor. Parabéns e muito mais sucesso ainda!
Camila Lisboa
27 de julho de 2017 at 18:06Obrigada 🙂 e olha, manter esse 9,2 é suor e lagrimas hahaha mas vamo que vamo
Murilo Andrade
18 de julho de 2017 at 07:46Parabéns Camila!
Histórias como essa que inspiram pessoas com espírito inquieto, que querem viajar mundo afora, ajudar os demais da forma que puder, conhecer novas culturas !
Sucesso a você e ao La Minga sempre e se eu puder fim do ano quem sabe não passo aí quando for ao Chile
Abraços
Camila Lisboa
27 de julho de 2017 at 18:09Obrigada 🙂 e vem visitar a gente sim!!
lid costa
18 de julho de 2017 at 07:24Camila, achei super legal a história! Também tenho essa sementinha de ter um hostel plantada na minha cabeça hehe já me hospedei em vários e já fiz voluntariado tbm…Quem sabe um dia não faço que nem você, né?! 🙂
Camila Lisboa
27 de julho de 2017 at 18:10Se for tirar o sonho do papel, pode me chamar de consultora hahah 🙂
Simone Hara
18 de julho de 2017 at 03:10Adorei o post! Adorei saber mais sobre sua trajetória até o Chile e matou UMA curiosidade que eu tinha, que era sobre como o Hostel surgiu, como você virou dona, etc…
Agora a SEGUNDA curiosidade vai precisar um pouquinho mais que um post: quero conhecer o hostel! Qualquer dia desses baixo por aí…
Camila Lisboa
27 de julho de 2017 at 18:10Vem que será super bem vinda 🙂
Rozembergue
17 de julho de 2017 at 16:51Muito legal sua história e determinação! Quem me dera ter a sua coragem! Sempre torcendo pelo seu sucesso! Ainda vou te visitar em Castro! Bjo!
Camila Lisboa
27 de julho de 2017 at 18:13Vem mesmo 🙂
Viviane Carneiro
17 de julho de 2017 at 14:46Nossa… amei ficar conhecendo a sua trajetória até o Chile. História linda e inspiradora! Um dia quero conhecer o La Minga e você, é claro. Bjs
Camila Lisboa
8 de setembro de 2017 at 16:27Obrigada 🙂
Jonathan Padua
17 de julho de 2017 at 10:59Que história legal, Camila!
Espero conhecer o La Minga algum dia 🙂
Camila Lisboa
27 de setembro de 2017 at 16:30Só vem 🙂 (PS: já tem gente do Pocando que tá chegando por aqui 😉 )
Michela Borges Nunes
16 de julho de 2017 at 20:37Nossa, que história demais!! Corajosa em largar a vida por aqui, se mudar e abrir um negócio. E ainda por cima, ter 2,5 meses por ano de férias?? Ah, bom demais né. Amei!! Boa sorte e que Deus proteja o teu hostel e tuas férias merecidas por aí. Beijos.
Camila Lisboa
29 de outubro de 2017 at 19:14Amém 🙂
Monique Bianchi Ribeiro
16 de julho de 2017 at 17:40Camila que bacana essa experiência de abrir um hostel e super desafio sendo num lugar ainda meio desconhecido mas com potencial de turismo né. Legal saber um pouco dessa sua trajetória e desejo sucesso! Ainda nao conheço o Chile mas quero ir ao seu hostel qdo viajar para ai!
Abraços
Eliana C. Pereira
16 de julho de 2017 at 11:21Adorei saber mais da história do hostel… E fique calma que com o tempo, tudo vai se ajeitando até ficar cada vez melhor… Parabéns pela iniciativa!!!
Camila Lisboa
16 de julho de 2017 at 15:38Obrigada mesmo, Eliana 🙂
angie
16 de julho de 2017 at 05:38ahhh que post lindoo! super legal vc mostrar como fez o projeto sair do papel e os resultados! acho q vc tem q fazer um post com os piores hospedes e as melhores historias engraçadas ahueahe
Camila Lisboa
16 de julho de 2017 at 15:39Tenho mil historias bizarras uauhuauauha preciso escrever mais disso!
Deisy Rodrigues
16 de julho de 2017 at 02:53Nem preciso dizer que o La Minga é minha hospedagem quando estiver em Chiloé, adorei saber como esse sonho acabou se tornando realidade e que venham muitas mais temporadas com muito sucesso.
Camila Lisboa
16 de julho de 2017 at 15:39Obrigada Deisy 🙂 Quando vier pra Chiloé, te recebo com certeza por aqui 🙂
Felipe
15 de julho de 2017 at 18:08Caraca irado a materia!! ja fui mais de 8x ao chile pra esquiar, e sempre tive vontade de conhecer chiloe. Conheci algumas cidades do sul, mas falta muito pra eu ficar satisfeito!! Se precisarem de um empregado buena onda no hotel em troca de diaria, é nois!! hehehehehe
Camila Lisboa
16 de julho de 2017 at 15:41hahhaha opaaaa! Me ensina a esquiar e tem job garantido no hostel 🙂
Flávia Donohoe
15 de julho de 2017 at 15:00eu também quero conhecer o La Minga, ainda não conheço essa região do Chile, então vou unir o útil ao agradável, me espera que vou conhecer seu hostel lindo e todo fofinho!
Camila Lisboa
16 de julho de 2017 at 15:42Obaaaaaaa@ Vem Flávia 🙂
Yasmin Felix
15 de julho de 2017 at 14:15Que bacana seu relato, Camila!
Sucesso!
Irei ao Chile em janeiro, a princípio ficarei 10 dias, e quero conhecer o hostel!
Camila Lisboa
15 de julho de 2017 at 14:27Oi Yasmin! 🙂 Só me avisar quando vem 🙂
Nathaly Fogaça
15 de julho de 2017 at 12:03Maravilha! Te acompanho pelo blog, te acompanho no perfil pessoal e essa sua alegria com o hostel é como se fosse minha alegria. Quero muito um dia conhecer esse hostel e voluntariar aí um tempo! Muita sorte, sucesso, alegria e viajantes do bem nessa casinha linda! <3
Camila Lisboa
15 de julho de 2017 at 14:29=D Obrigada Nat =D venha quando quiser!
Carla Camila
15 de julho de 2017 at 08:09Que legal Camila. Estou para viajar para aí e quero ficar no seu hostel.
Beijos, sucesso e viagens pra nóix!!!
Nathalia Peixoto
14 de julho de 2017 at 17:45Que delícia de post Camila. Adoro ler histórias como a sua, onde um sonho foi materializado com muito trabalho e pensamento positivo. Certeza que o La Minga irá prosperar ainda mais. Sucesso!
Camila Lisboa
14 de julho de 2017 at 20:28Tomara! 🙂 Espero que continue dando muito certo! 🙂
Deison
14 de julho de 2017 at 17:29Eu amei saber cadinho da sua história. Conta os perrengues depois!!
Camila Lisboa
14 de julho de 2017 at 20:28hahhahah tem cada história BIZARRA de hospede, viu… vc não tem ideia!